Polícia
Publicado em 21/04/2025, às 10h23 Foto: Reprodução/Redes sociais Marcela Guimarães
Igor Rafael Sales, namorado de Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, contou detalhes sobre os últimos momentos que passou com a estudante da USP antes de seu desaparecimento.
O corpo da vítima foi encontrado na última quinta-feira (17), nos fundos de um estacionamento em Itaquera, na zona leste de São Paulo. O desaparecimento aconteceu no dia 13 de abril.
O casal estava junto havia cerca de três meses. Naquele fim de semana, Bruna tinha ido dormir na casa de Igor, localizada no Butantã, zona oeste da capital. A ideia era que ele a levasse de volta até Itaquera no domingo, mas o clima mudou os planos.
“Eu ia levar e começou a chover, não queria que ela tomasse chuva porque Itaquera é muito longe. Ela decidiu que ia de metrô. O custo do carro de aplicativo estava caro, então deixei ela até a estação e me despedi”, relatou.
Segundo Igor, Bruna seguiu de transporte público e, ao chegar à estação Corinthians-Itaquera, mandou mensagem avisando que havia perdido o ônibus. Assim, ela optou por seguir o restante do percurso a pé — uma caminhada de aproximadamente 20 minutos. Imagens de câmeras de segurança confirmaram que a jovem saiu do terminal.
Mesmo com pouca bateria no celular, os dois continuaram se falando por mensagem.
“Quando foi 21h40, mandei mensagem porque sei que na estação Itaquera, em determinado momento, dá sinal. Ás 22h, ela me respondeu que estava no terminal, falou que o ônibus passou e que ia a pé. Falei que não era para ir a pé e pegar um Uber [carro de aplicativo]. Eu fiz o Pix. Ela disse que ia esperar baixar [o preço]. Aí falei que já tinha mandado [dinheiro]”, contou ele.
Como o trajeto era curto, Igor acreditava que logo teria notícias. No entanto, a resposta nunca veio.
“Era muito próximo [o trajeto]. Então, depois de 10 minutos, eu perguntei: “E aí, deu certo?”. Só chegou a mensagem. Liguei por mais de 10 minutos e só chamou. E aí ela não respondeu. Ela sempre me avisava. Às 23h30, mandei um ‘boa noite’. Fiquei olhando de madrugada e nada. De manhã eu vi as mensagens dos familiares perguntando da Bruna. Quando vi que ela não tinha chegado, foi um choque. Eu não sabia o que dizer”, relembrou o companheiro.
Na tentativa de encontrar pistas, ele chegou a voltar ao terminal no dia seguinte e conversar com ambulantes e funcionários da região. “Os dias foram passando. Fui no terminal e procuramos, mas nada. Eu fiquei desesperado”, disse ele.
A estudante da USP foi localizada quatro dias depois do desaparecimento com sinais de violência. “O policial me ligou falando que era pra ir na delegacia. Fiquei feliz pensando que tinha achado ela e a levado até a delegacia. Eu liguei para a Simone [mãe de Bruna] e ela me disse que tinham a achado [morta] no estacionamento. Quero que a pessoa que fez isso seja presa”, finalizou o então parceiro da vítima.
Imagens de câmeras de segurança conseguiram registrar os últimos momentos em que Bruna Oliveira da Silva foi vista com vida. No dia 13 de abril, a estudante da USP foi registrada deixando a estação Corinthians-Itaquera pouco tempo antes de desaparecer.
No primeiro vídeo, ela é vista saindo da estação e atravessando a rua, seguindo o trajeto habitual até sua casa, localizada a cerca de 20 minutos a pé dali. Uma segunda gravação mostra a estudante passando por outro ponto que fazia parte do caminho.
No entanto, em um terceiro vídeo, Bruna já não aparece mais. A polícia trabalha com a hipótese de que ela tenha sido interceptada nesse intervalo entre os dois locais registrados.
A vítima acessou o celular pela última vez às 22h21, mas nunca chegou em casa. Os pais avisaram as autoridades sobre o desaparecimento na manhã seguinte. O corpo foi encontrado somente quatro dias depois.
Bruna foi encontrada sem vida nos fundos de um estacionamento na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina, também na zona leste, com marcas de agressão. Ela vestia apenas roupas íntimas.
A polícia foca na obtenção de imagens de uma possível quarta câmera, que pode ter captado o momento em que a estudante da USP foi seguida ou abordada por alguém. Ela foi sepultada no último sábado (19) e o caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Ela deixa um filho.
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