Polícia
Publicado em 10/04/2025, às 11h26 Foto: Reprodução/Redes sociais Isabela Fernandes
A Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação por injúria após a família de Vitória Chaves da Silva, jovem que faleceu em fevereiro de 2024 devido a uma doença cardíaca congênita, denunciar a exposição de seu caso em um vídeo publicado na internet por duas estudantes de medicina. O conteúdo foi considerado ofensivo e gerou comoção nas redes sociais.
As estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano postaram um vídeo no TikTok comentando os procedimentos médicos pelos quais Vitória passou. A jovem foi submetida a três transplantes de coração no Instituto do Coração (InCor), em São Paulo.
As alunas estavam no InCor como parte de um curso de extensão de curta duração, quando gravaram o vídeo, segundo a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Elas comentaram sobre o caso de uma paciente que recebeu três corações, fazendo observações críticas sobre a situação. No vídeo, elas mencionam que um dos transplantes da paciente teria falhado devido à falta de comprometimento dela com o tratamento com medicamentos.
Thaís fala sobre a surpresa de ver alguém passar por três transplantes e Gabrielli acrescenta que, devido ao erro da paciente, houve a rejeição do segundo coração. No final, Thaís ainda faz um comentário desdenhoso: "Essa menina está achando que tem sete vidas", se referindo à raridade dos transplantes e à complexidade dos procedimentos.
Apesar de o nome de Vitória não ser mencionado diretamente, a família reconheceu os detalhes da história e ficou indignada com a postura das estudantes. O vídeo foi removido das redes sociais, mas não antes de viralizar.
A família, então, procurou a polícia e registrou o boletim de ocorrência, além de buscar o apoio do Ministério Público para que uma retratação fosse feita.
Em resposta, o Incor declarou que não tinha conhecimento do ocorrido e repudiou a atitude das alunas, destacando que ela vai contra os princípios éticos da instituição.
A FMUSP, responsável pelo hospital, também se posicionou, esclarecendo que as estudantes não são alunas, mas estavam no Incor por meio de um curso de extensão de uma instituição diferente.
O caso está sendo apurado como possível crime de injúria, uma infração prevista no Código Penal que se refere à ofensa à dignidade ou ao respeito de alguém.