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SP acelera remoção da Favela do Moinho sob críticas de moradores; entenda

Parte dos moradores da Favela do Moinho organizaram uma manifestação na última terça (15) contra o projeto de Tarcísio de Freitas (Republicanos)  |  Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Publicado em 16/04/2025, às 17h17   Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo   Marcela Guimarães

Nos próximos dias, o processo de desocupação da Favela do Moinho, no centro da cidade de São Paulo, deve avançar com a realocação das famílias que vivem no local.

A medida faz parte do plano do governo estadual para transformar a área no futuro Parque do Moinho — proposta divulgada em setembro de 2024 pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Desde o início do ano, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o governo vem mantendo diálogo com os moradores para viabilizar acordos habitacionais. De acordo com a empresa, cerca de 86% das famílias já aceitaram as condições oferecidas, com 441 delas prontas para a mudança.

Essas famílias receberão R$ 2.400 para o reassentamento e um auxílio moradia mensal de R$ 800.

Apesar de haver um avanço no processo, a Associação de Moradores da Favela do Moinho tem feito críticas à forma como a remoção está sendo feita; para o grupo, os valores oferecidos pelo governo não são suficientes para que as famílias consigam se manter na região central da capital paulista.

O grupo também questiona o tamanho dos imóveis destinados às famílias reassentadas, alegando que não atendem às necessidades da comunidade.

Pelo anúncio de que as remoções iniciariam na última terça-feira (15), os moradores marcaram um protesto para as 16h do mesmo dia. Já no último sábado (12), eles já haviam se reunido em assembleia com o objetivo de discutir a situação.

A CDHU nega que os acordos estariam sendo impostos de forma arbitrária e afirma que as remoções estão sendo realizadas por questões de segurança, já que o local oferece riscos à saúde e integridade dos moradores por conta de más condições estruturais e ligações elétricas irregulares que tornam o ambiente insalubre e propenso a acidentes.

Sobre a Favela do Moinho

A Favela do Moinho, única ainda existente no centro de São Paulo, está localizada em uma área estratégica, próxima à futura sede administrativa do governo estadual, conforme os planos da gestão atual.

A região também já foi apontada como base do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o controle da Cracolândia. A comunidade vive há anos em situação de vulnerabilidade, espremida entre duas linhas da CPTM e sem saneamento básico adequado.

Nos últimos anos, os moradores também enfrentaram tragédias, incluindo dois incêndios de grandes proporções, sendo o mais grave em 2011, que resultou em duas mortes e deixou dezenas de famílias desabrigadas. Além disso, a Favela do Moinho é um alvo frequente de operações policiais.

A Favela do Moinho - última favela do centro de São Paulo - está sob assédio das forças militares e paramilitares de Tarcísio e Nunes. É óbvio que a especulação imobiliária está por trás. Protesto acaba de passar aqui - e em seguida foi atacado com bombas pela PM e pela GCM. pic.twitter.com/MyC244N3xe

— Eduardo Sterzi (@saudades_mundo) April 15, 2025

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