Política
Publicado em 28/03/2025, às 09h11 Foto: Reprodução/SP Urbanismo Isabela Fernandes
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está analisando um projeto preliminar da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) que propõe a construção de um teleférico para melhorar a mobilidade na Brasilândia, bairro da zona norte da cidade.
A região, composta por diversas comunidades localizadas em áreas elevadas da Serra da Cantareira, enfrenta dificuldades de acesso devido à sua geografia acidentada, o que torna a locomoção mais desafiadora para os 243 mil moradores do distrito.
O projeto prevê a construção de um sistema de teleférico de aproximadamente 4,6 km de extensão, com cabines que transportarão até 10 pessoas por vez.
A estimativa de custo para a implementação do projeto é de R$ 2,84 bilhões, sendo R$ 2,42 bilhões destinados à construção das cabines, estações e cabeamento, e o restante para desapropriações e melhorias viárias ao longo do trajeto.
A ideia de construir teleféricos em São Paulo foi apresentada durante as eleições de 2024 pelo então candidato Pablo Marçal (PRTB). Porém, a proposta de Marçal, que sugeria a criação de um sistema de teleféricos para interligar diferentes áreas da cidade, foi criticada por diversos adversários políticos, inclusive por Ricardo Nunes, que afirmou ser inviável implementar esse tipo de transporte em uma cidade com o perfil de São Paulo.
No entanto, o projeto atual para a Brasilândia tem um caráter diferente e é defendido pelo prefeito como uma solução pontual para a região. Nunes explicou que a proposta de Marçal não levava em consideração as condições geográficas da cidade, enquanto a iniciativa para a Brasilândia está sendo estudada para atender a uma demanda real de transporte, especialmente para as áreas altas da região.
Além de facilitar o transporte de moradores, o projeto de teleférico irá conectar as comunidades isoladas ao resto da cidade e, ao mesmo tempo, contribuir para a redução da poluição urbana.
O sistema será operado com energia elétrica e terá emissão zero de CO₂. A proposta também visa integrar a Brasilândia com outros pontos importantes da cidade, como o futuro Metrô Brasilândia, unidades de saúde, parques e terminais de ônibus.
A primeira estação do teleférico será acessível através do Terminal Cachoeirinha, com pelo menos 16 estações previstas ao longo do percurso. Essas estações incluem pontos como o Parque Morro Grande, CEU Paz, Fábrica de Cultura e a futura estação da Linha 6-Laranja do metrô.
Embora a proposta seja considerada uma solução eficaz para os problemas de mobilidade na Brasilândia, o projeto ainda está em fase inicial.
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento afirma que mais estudos aprofundados são necessários para garantir a viabilidade do sistema. A SPTrans também realizará um estudo sobre a demanda do sistema de teleférico antes de tomar decisões sobre sua implementação.
O projeto da Brasilândia se inspira em modelos internacionais de teleféricos urbanos, como os de Guayaquil (Equador), Santo Domingo (República Dominicana) e La Paz (Bolívia), e também se baseia em iniciativas já realizadas no Brasil, como o teleférico do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
No entanto, o sistema carioca enfrenta problemas de manutenção e recuperação, com a reinauguração prometida para 2025.
O prefeito Ricardo Nunes e a Secretaria de Urbanismo seguirão realizando estudos detalhados para avaliar a viabilidade do projeto de teleféricos e garantir que ele atenda às necessidades da população local.
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