Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 18/03/2025, às 13h57
Um grupo de estudantes de medicina da Faculdade Santa Marcelina foi fotografado segurando uma bandeira com uma frase de conteúdo violento e machista durante um evento esportivo no último sábado (15), em São Paulo.
A mensagem escrita à mão, "entra porra, escorre sangue", gerou um grande mal-estar, já que possui clara conotação de apologia ao crime de estupro. O caso rapidamente ganhou repercussão, gerando indignação entre alunos, ex-alunos e movimentos feministas.
A fotografia foi tirada durante um evento esportivo voltado aos calouros do curso de medicina, que é organizado pelas atléticas da universidade.
A atitude dos estudantes levantou críticas, já que a frase não é um caso isolado, sendo parte de um antigo "hino" da atlética da faculdade, banido em 2017 por ter outras referências sexistas e de teor sexual explícito.
As atléticas são coletivos formados por universitários com o objetivo de promover atividades sociais e esportivas, como festas e campeonatos.
O incidente foi rapidamente abordado pelo Coletivo Francisca, um grupo feminista composto por alunas e ex-alunas da faculdade. Elas formalizaram uma denúncia à direção do curso, afirmando que a atitude dos estudantes pode ser vista como uma apologia ao estupro. As integrantes do coletivo exigem que a universidade tome medidas rigorosas contra os envolvidos.
Em resposta, a Faculdade Santa Marcelina se posicionou nas redes sociais e confirmou que está conduzindo uma sindicância interna para investigar o caso. A universidade afirmou que os alunos responsáveis serão punidos de acordo com o regulamento, com possibilidade de advertências, suspensão e até expulsão.
"A Faculdade Santa Marcelina se manifesta veementemente contrária ao ocorrido no último dia 15 de fevereiro, em uma competição esportiva que contou com a participação de estudantes do curso de Medicina, integrantes da Associação Atlética Acadêmica (AAAPV).
A instituição esclarece que, no ato de matrícula, o aluno aceita um compromisso formal com a faculdade, de respeito aos seus princípios éticos e morais, à dignidade acadêmica e à legislação vigente. Atitudes como essa constituem agravo à instituição e sua tradição, missão e valores e também à sociedade como um todo.
Nesse sentido, a Faculdade Santa Marcelina já iniciou um procedimento de sindicância interna para apuração dos fatos. Os alunos da instituição responsáveis pelos atos (que ocorreram fora de suas dependências) serão penalizados conforme os princípios estabelecidos e a gravidade da infração. Entre as punições estão advertências verbais e escritas, suspensão e até desligamento (expulsão) da faculdade de medicina.
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