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Caso Vitória: veja tudo o que se sabe sobre o caso até o momento

Provas contra os suspeitos envolvidos começaram a aparecer  |  Foto: Reprodução/Redes sociais

Publicado em 10/03/2025, às 14h40   Foto: Reprodução/Redes sociais   Marcela Guimarães

A investigação sobre a morte de Vitória Regina de Souza, adolescente de 17 anos desaparecida em Cajamar (SP), continua em andamento. Até o momento, apenas um suspeito foi preso, enquanto outros sete, incluindo o pai da vítima, estão sob investigação.

De acordo com a polícia, o crime pode ter sido motivado por vingança. Confira todos os detalhes conhecidos até agora:

O desaparecimento

Vitória Regina de Souza desapareceu em uma quarta-feira, 26 de fevereiro. Ela saía do trabalho em um restaurante de shopping em Cajamar quando suspeitou de movimentos estranhos ao pegar um ônibus indo de volta para casa.

A jovem se assustou ao notar a presença de dois rapazes no ponto de ônibus. Vitória ainda enviou mensagens a uma amiga afirmando que “estava com medo” e passou a desconfiar dos suspeitos.

Câmeras de segurança registraram o momento em que a adolescente entrou no ônibus junto com um dos rapazes antes de desaparecer.

Ao seguir no veículo, Vitória continuou conversando com a amiga. Assim que desceu do ônibus, enviou um áudio: “Amiga, ‘tá de boa, nenhum desceu no mesmo ponto que eu, então ‘tá de boaça”, disse a jovem.

Por outro lado, o medo não acabou por ali. Em suas últimas mensagens, por volta de 0h30, Vitória voltou a demonstrar medo quando percebeu que os mesmos suspeitos no carro começaram a mexer com ela.

“Passaram uns caras no carro. Eles estão voltando. Ai, meu Deus do céu, eu vou chorar. Vou ficar mexendo no celular, vou nem ligar pra eles”, afirmou ela, assustada. “Acontecem essas coisas e eu não consigo correr, eu paraliso. Eu não sei o que eu faço. Não consigo correr, fico parada”.

Em um dos áudios divulgados, a vítima afirma que quase chorou: “Quando eles passaram lá do outro lado da rua e disseram: “E aí, vida?” e voltaram, meu ** trancou. Mas pronto, ufa, eles entraram na favela. Saiu até lágrima do meu ‘zoio’ agora. Nossa, até me arrepiei. Senhor, Ave Maria”, disse ela.

A polícia ouviu testemunhas que relataram terem visto um carro com quatro homens seguindo Vitória assim que a jovem desceu do ônibus e se locomoveu até sua casa, próxima ao lugar onde desapareceu, em uma região de mata na cidade.

Corpo de Vitória é encontrado

Vitória foi encontrada morta com a cabeça raspada, sinais de agressão e decapitada em uma área de mata em Cajamar.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o corpo da jovem estava em estado de decomposição.

O corpo da vítima foi identificado por familiares que reconheceram as tatuagens no braço e na perna e o piercing no umbigo.

Ex-namorado e ex-ficante são identificados

Na última sexta-feira (7), Gustavo Lira, o ex-“ficante” de Vitória, publicou um vídeo polêmico em suas redes sociais.

Na gravação, o suspeito que ainda está sendo investigado pela polícia comenta sobre uma notícia de sua suposta prisão com ironia: “Estou bem tranquilo, de boa, suave. Não devo nada a ninguém, todo mundo sabe. Lembrando que eu estou preso, hein? Por uma bobagem dessas”, disse ele.

O ex-namorado com mesmo nome, Gustavo Vinícius, também está sob investigação.

Vitória e o ex-“ficante”, Gustavo Lira (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Primeiro suspeito é preso

Na tarde do último sábado (8), foi preso temporariamente pela Polícia Civil o primeiro suspeito envolvido no assassinato de Vitória.

A identidade do homem foi revelada como Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos.

Segundo investigações, ele seria o motorista do carro que perseguiu e sequestrou Vitória durante a madrugada do dia 27 de fevereiro. O veículo é um Corolla na cor prata.

A prisão temporária (30 dias) de Maicol foi decretada devido a “fortes indícios” envolvendo o assassinato da vítima, já que seu depoimento conta com divergências e contradições. No dia, o suspeito estava próximo ao local do crime e testemunhas haviam flagrado o veículo.

Nos mesmos depoimentos, incluindo o da esposa do preso, também relataram que havia uma “movimentação estranha” na casa de Maicol na noite em que Vitória desapareceu.

Buscas na casa do suspeito foram autorizadas para localizar as supostas armas do crime, como armas e objetos cortantes, assim como a quebra de sigilo de todos os dados em seus dispositivos eletrônicos.

Cativeiro onde Vitória ficou é localizado

O cativeiro onde Vitória foi mantida por cerca de dois dias antes de ser assassinada foi localizado pela Polícia Civil. No entanto, as autoridades não divulgaram sua localização exata.

De acordo com a Guarda Municipal de Cajamar, cerca de 100 pessoas participaram das buscas pelo cativeiro desde o início da investigação, além de duas equipes do Grupo de Operações Especiais de Franco da Rocha (SP).

Cães farejadores também estão sendo utilizados para identificar vestígios de sangue ou outros indícios que possam contribuir para a elucidação do crime.

Busca do desfecho

A polícia busca entender o motivo do crime e se mandaram matar Vitória. Também é investigado quem poderia ter ameaçado a vítima recentemente.

Segundo os policiais e o próprio pai, quem assassinou a jovem provavelmente mora no bairro, pois decorou o caminho dela e estava ciente que o carro estava quebrado.

Oito pessoas seguem como suspeitas do assassinato de Vitória, sendo elas:

  • O ex-namorado;
  • O ex-“ficante”;
  • Dois jovens que entraram com a adolescente no ônibus a caminho da casa dela;
  • Dois homens que estavam no carro e a assediaram;
  • Um rapaz que teria emprestado o veículo a eles (preso);
  • O pai.

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