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Descubra o que alunas de medicina que zombaram paciente falaram à polícia

Alunas de medicina são investigadas após gravação sobre paciente que passou por três transplantes cardíacos  |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 17/04/2025, às 11h21   Foto: Reprodução/Redes Sociais   Isabela Fernandes

Duas alunas de medicina prestaram depoimento à Polícia Civil após a divulgação de um vídeo no TikTok em que comentavam, de forma considerada ofensiva, sobre o caso clínico de uma paciente que morreu dias depois. O conteúdo gerou revolta na família da jovem e levou à abertura de um boletim de ocorrência por injúria.

Thaís Caldeiras Soares Fofffano e Gabrielli Farias de Souza, que estavam em estágio no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, falaram com a polícia no dia 14 de abril.

No vídeo, publicado nas redes sociais e removido em 8 de abril, uma das estudantes afirma: “Essa menina está achando que tem sete vidas”, em referência ao fato de a paciente ter passado por três transplantes cardíacos.

A paciente citada, Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, morreu no final de fevereiro por insuficiência renal, 11 dias após a postagem. Ela estava internada no Incor, local onde as alunas realizavam um estágio remunerado de R$ 8,5 mil.

Segundo as jovens, o caso foi abordado durante as atividades acadêmicas, sem qualquer identificação da paciente, e a intenção do vídeo era apenas discutir um caso raro do ponto de vista médico.

Em depoimento, Thaís afirmou que a frase usada foi mal interpretada e que pretendia apenas destacar a raridade do caso, chamando Vitória de "abençoada". Ela também negou qualquer intenção de ofender ou zombar da paciente, dizendo que não teve contato direto com ela nem com seu prontuário.

Gabrielli, que participou do mesmo vídeo, também alegou que não sabia o nome da paciente e afirmou que o objetivo era apenas comentar um caso clínico que havia chamado atenção durante o estágio. Segundo ela, a prática de debater casos médicos é comum em ambientes de ensino.

O inquérito policial foi encerrado na última quarta-feira (16) pelo 14º Distrito Policial, em Pinheiros, e encaminhado à Justiça. A expectativa é que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) não apresente denúncia formal contra as estudantes, o que é comum em casos desse tipo.

No entanto, a família de Vitória contratou um advogado e pode seguir com uma queixa-crime por conta própria.

O crime de injúria, se atribuído às alunas de medicina pela Justiça, tem pena prevista entre seis meses e um ano de detenção, mas dificilmente leva à prisão em regime fechado.

Classificação Indicativa: Livre


Tags São Paulo crime transplante

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