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Polícia Civil investiga esquema de desvio milionário com banqueiros e executivos; entenda o caso

Operação Floresta Devastada investiga fraudes e lavagem de dinheiro com uso de offshore. Desvios podem ultrapassar R$ 500 milhões  |  Foto: Ciete Silvério/ Governo de São Paulo

Publicado em 23/04/2025, às 12h49   Foto: Ciete Silvério/ Governo de São Paulo   Isabela Fernandes

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quarta-feira (23) uma operação para investigar um esquema de desvio milionário envolvendo banqueiros e executivos ligados a empresas financeiras.

Segundo a Agência SP, os investigados teriam transferido recursos de clientes para uma empresa no exterior, sem autorização, e não devolveram os valores.

Com o nome de “Operação Floresta Devastada”, a ação mobilizou mais de 50 policiais civis que cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em 9 locais. A Justiça autorizou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 500 milhões, incluindo imóveis, dinheiro em espécie, obras de arte, joias e equipamentos eletrônicos.

Trama internacional

De acordo com as investigações, o dinheiro dos clientes foi enviado para uma offshore em Belize, país da América Central conhecido como paraíso fiscal. A movimentação teria sido feita por meio do banco panamenho FPB Bank Inc, que fazia parte do grupo empresarial Brickell Participações S/A, controlado pelos irmãos Nelson, Noberto e Jaime Nogueira Pinheiro.

As vítimas são, em sua maioria, empresários brasileiros que buscavam regularizar valores mantidos no exterior com base no programa de repatriação de 2016, criado para incentivar a declaração voluntária de recursos não declarados ao Fisco, mediante pagamento de multa e imposto. Estima-se que o prejuízo de alguns investidores chegue a R$ 130 milhões.

A investigação

O caso veio à tona em 2023, após o juiz da 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais determinar uma investigação sobre uma suposta fraude no pedido de recuperação extrajudicial da Brickell Participações. A manobra teria sido usada pelos sócios para evitar o pagamento de dívidas e proteger seu patrimônio.

Com base nas evidências, o Ministério Público de São Paulo acredita que o grupo atuou de forma coordenada para ocultar bens, desviar recursos e dificultar a atuação dos credores, utilizando estratégias empresariais para criar uma blindagem patrimonial.

No total, a 2ª Vara de Crimes Tributários autorizou o bloqueio de bens de 16 pessoas e 19 empresas, incluindo a Ducoco Produtos Alimentícios S/A, cuja venda para a Malibu Holding SA está sendo questionada judicialmente. Outras empresas do grupo também estão sendo investigadas, como a MRCP Participações S/A, da qual os irmãos Pinheiro são sócios.

As acusações contra os envolvidos incluem estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema tributário.

Classificação Indicativa: Livre


Tags São Paulo Estelionato crime fraude

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