Política
Publicado em 06/03/2025, às 11h48 Foto: Acervo família Rubens Paiva/Divulgação via Agência Brasil Gabriella Franco
O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) apresentou na última quarta-feira (5), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), um projeto de lei que pretende renomear a Rodovia Castelo Branco para Rodovia Eunice Paiva.
A Rodovia Presidente Castelo Branco (SP-280) foi inaugurada em 1968. Com 315 km de extensão, ela é a principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste Paulista.
O projeto de lei 161/2025 defende que Eunice Paiva, nascida em São Paulo, “foi uma figura emblemática na luta pelos direitos humanos e pela justiça no Brasil”.
A proposta de Cortez vem depois da vitória do longa “Ainda Estou Aqui” como melhor filme estrangeiro no Oscar 2025. Dirigido por Walter Salles, o filme conta a história da luta de Eunice Paiva depois que seu marido, Rubens Paiva, é levado por militares e desaparece, em meio a ditadura militar no Brasil.
Na justificativa do projeto, o deputado do PSOL afirma que o ex-presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964 que vitimou o deputado Rubens Paiva, marido de Eunice.
A troca do nome, portanto, seria uma maneira de “ressignificar” a história.
A trajetória de Eunice Paiva é notória, destacando-se como símbolo de resistência e busca por justiça, opondo-se à repressão imposta pelo regime militar. Sua dedicação à causa dos direitos humanos representa a necessidade de homenagear figuras que contribuíram para a democracia e para os direitos humanos, reconfigurando a memória coletiva em detrimento de homenagens a agentes do regime autoritário.
No PL para renomear a Rodovia Castelo Branco, Cortez cita também o Programa Nacional de Direitos Humanos, que proíbe a “denominação de prédios e logradouros públicos com nomes de pessoas que violaram direitos sociais, civis e políticos, bem como determinam a alteração de nomes já existentes”.
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