Política
Publicado em 28/04/2025, às 11h19 Foto: Reprodução/Redes sociais Marcela Guimarães
Descendentes de italianos realizaram um protesto no último sábado (26) contra um decreto-lei que restringe o direito à cidadania italiana por descendência.
A manifestação aconteceu na praça Cidade de Milão, próxima ao Parque Ibirapuera, na zona oeste de São Paulo. De acordo com os organizadores, participaram cerca de 200 pessoas.
Alguns dos protestantes que organizam o ato foram Walter Fanganiello Maierovitch, jurista e professor, além de Giuliana Patriarca, diretora da Associação de Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri (Aeda).
Frases como “nem direita, nem esquerda: somos italianos” e “defendemos o direito à cidadania aos nossos descendentes” apareciam pelos cartazes do local.
Aprovado pelo Conselho de Ministros da Itália, o decreto “Tajani” está em vigor desde março; no entanto, para que continue valendo, precisa ser convertido em lei pelo Parlamento italiano até o final de maio.
A medida quer limitar o reconhecimento da cidadania italiana apenas a filhos e netos de cidadãos italianos, excluindo as gerações seguintes.
Defendida pelo governo da primeira-ministra Giorgia Meloni, a nova regra deve funcionar como uma forma de barrar o uso da nacionalidade para quem quer “fazer compras em Miami”, fazendo referência à entrada facilitada aos cidadãos italianos nos Estados Unidos.
Essa decisão vem sendo criticada por especialistas e pela comunidade ítalo-brasileira por verem um risco ao tratar da preservação da identidade cultural e dos laços históricos que unem Brasil e Itália.
“A Itália tem que agradecer a todos os descendentes que querem reconhecer sua cidadania, pois quase todos que saíram do país o fizeram pois estavam com grandes dificuldades. Muitos morreram para chegar a seus destinos. Esses fatos históricos e comprovados merecem reconhecimento por parte da nossa amada Itália”, disse Edgar Prando, um dos protestantes.
O jurista diz que aproximadamente 40 milhões de brasileiros descendentes de italianos possam ser afetados pela nova regra. “O decreto quebra uma tradição iniciada antes mesmo da unificação da Itália, em 1846, incorporada à Constituição de 1948, ainda em pleno vigor”, afirma Maierovitch. “Não seremos estrangeiros na terra dos nossos antepassados”.
Veja 5 bibliotecas públicas para conhecer em São Paulo
Governo de SP aprova lei sobre serviços de entrega; veja o que muda