Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 12/03/2025, às 07h33
Na segunda-feira (11), a força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública (SSP) indiciou três policiais militares envolvidos no assassinato de Vinícius Gritzbach, empresário que denunciou traficantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
O crime ocorreu em 8 de novembro de 2024, em frente ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e foi registrado por câmeras de segurança. Vinicius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil.
Os policiais militares indiciados são: o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues, apontados como executores, e o tenente Fernando Genauro da Silva, que dirigiu o veículo usado no crime.
Eles estão presos no Presídio Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. A acusação inclui homicídio quintuplamente qualificado, com motivos como o uso de armas de fogo de uso restrito e a execução em plena luz do dia, em frente à família da vítima.
De acordo com a Polícia Civil, os policiais agiram com a intenção de matar Gritzbach e assumiram o risco de ferir outras pessoas, já que um motorista de aplicativo foi atingido por uma bala perdida durante o ataque.
Além do homicídio, os três também responderão por associação criminosa. A polícia também busca a prisão preventiva dos mandantes do crime, Emílio "Cigarreira" e Diego "Didi", além do "olheiro" Kauê Amaral, que são considerados foragidos.
O caso, com cerca de 5 mil páginas de investigação, está na fase final. O relatório, com 500 páginas até o momento, será enviado ao Ministério Público (MP) nesta sexta-feira (14) para análise. Após o parecer da Promotoria, a Justiça decidirá sobre as prisões dos envolvidos.
Um novo inquérito investiga outros envolvidos na execução de Gritzbach, como aqueles que financiaram o crime ou falharam na escolta do empresário.
Em um desdobramento relacionado ao caso Gritzbach, 12 pessoas foram tornadas réus em 27 de fevereiro, incluindo oito policiais civis, por envolvimento com o PCC e diversos crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro após denúncia do MP.
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), revelou que os policiais atuavam em conluio com a facção criminosa, usando a estrutura estatal para proteger criminosos.
O MP pede que os acusados paguem R$ 40 milhões pelos danos causados, incluindo danos morais e sociais. A atuação dos envolvidos não se limitava à corrupção; eles também estavam envolvidos em tráfico de drogas, homicídios e sequestros, com destaque para o assassinato de Gritzbach, que havia delatado vários dos réus.
Entre os réus estão delegados e investigadores da Polícia Civil, além de outros envolvidos no esquema criminoso.
Antônio Vinícius Gritzbach foi baleado e morto no dia 8 de novembro de 2024, ao desembarcar no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (SP). O principal suspeito de ter orquestrado sua morte é Emílio Carlos Gongorra Castilha, conhecido como ‘João Cigarreiro’, um traficante que atua em associação ao PCC.
Gritzbach era réu por homicídio e lavagem de dinheiro. Em delação premiada, assinada com o Ministério Público (MP) em julho do ano passado, o empresário admitiu estar envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC, e apontou nomes de policiais civis também associados à facção.
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