Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 08/04/2025, às 16h19
Nos primeiros três meses de 2025, a Defesa Civil de São Paulo disparou 113 alertas de risco severo em todo o estado, com 22 deles direcionados especificamente para a capital paulista.
Esses alertas são vitais para avisar a população sobre desastres iminentes, como alagamentos, deslizamentos de terra e vendavais, e têm se tornado cada vez mais frequentes. No entanto, com o aumento no número de alertas, muitos moradores começaram a questionar a eficácia e a precisão do sistema utilizado.
A Defesa Civil de São Paulo emitia alertas por envio de mensagens SMS. Contudo, esse sistema mostrou sérias limitações, como foi o caso da tragédia no Litoral Norte em janeiro de 2023.
Na ocasião, apenas 12% da população de 288 mil habitantes recebeu as mensagens de alerta sobre chuvas fortes e o risco de deslizamentos. Isso aconteceu porque muitas pessoas não estavam cadastradas para receber os alertas ou estavam sem sinal de telefonia e internet no momento do envio.
Para resolver esses problemas, a Defesa Civil adotou o sistema Cell Broadcast, que funciona de maneira mais eficiente em situações emergenciais. Diferente do SMS, esse sistema envia alertas diretamente para os celulares de pessoas em áreas de risco, independentemente de estarem cadastradas ou não.
O Cell Broadcast aparece na tela do celular, sobrepondo qualquer outra atividade que esteja sendo realizada no aparelho, e em casos extremos, pode até emitir sons de alerta, mesmo que o dispositivo esteja no modo silencioso.
Desenvolvido pela Anatel, em parceria com as operadoras de telefonia e as defesas civis, o sistema foi lançado oficialmente em dezembro de 2024, após passar por testes nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. No estado de São Paulo, o primeiro alerta via Cell Broadcast foi emitido em 25 de dezembro de 2024, durante uma forte chuva em Campinas.
Os alertas emitidos pela Defesa Civil não são previsões meteorológicas, mas sim alertas emergenciais, com o objetivo de proteger a vida das pessoas.
Ambas mensagens só desaparecem até que o usuário feche.
A Defesa Civil emite alertas quando a chuva atinge um nível de intensidade severo, capaz de causar danos significativos. Meteorologistas e analistas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) se reúnem rapidamente para decidir a necessidade de enviar o alerta.
Em casos de risco extremo, como ameaça de vida iminente, são emitidos os chamados "alertas extremos", que indicam um perigo ainda mais grave.
Para que uma pessoa receba os alertas, o celular precisa ser compatível com as redes 4G ou 5G. Celulares mais antigos, com tecnologia inferior, podem não ser compatíveis com o sistema. Em áreas de cobertura limitada, onde algumas operadoras não têm sinal, nem todas as pessoas poderão ser alcançadas.
Quando um alerta é disparado, a Defesa Civil oferece uma janela de tempo de cerca de 40 minutos a 1 hora para que a população saia das áreas de risco. Se uma pessoa estiver em uma rua que costuma alagar, ela deve se deslocar rapidamente para um local seguro antes que a água tome conta da via.
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