Polícia

Hotel de luxo em SP vira alvo de disputa; empresário acusa espionagem

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Em disputa por poder e direitos autorais, sócio francês afirma que informações sigilosas foram copiadas sem autorização  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Rosewood São Paulo/Vimeo
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 13/04/2025, às 12h46



O empresário francês Alex Allard entrou na Justiça para proteger suas ideias e criações no complexo Cidade Matarazzo, onde fica o hotel de luxo Rosewood, em São Paulo.

Ele diz que foi o responsável por diversos elementos arquitetônicos e artísticos do projeto antes da entrada dos sócios chineses, da holding Chow Tai Fook Enterprises (CTF), e agora teme que eles queiram apagar sua contribuição.

Allard afirma que, além de tentarem tirar seus créditos no projeto, os sócios da BM Empreendimentos (empresa que controla o hotel) teriam cometido espionagem contra ele. Segundo a petição, uma diretora da empresa teria invadido o computador da advogada que o representava e copiado informações confidenciais usando um pen drive.

De acordo com Allard, esse acesso ilegal aconteceu durante negociações importantes entre ele e a CTF sobre a conversão de debêntures (um tipo de dívida que pode ser transformada em ações). Essa conversão aumentaria o poder da CTF na sociedade e diminuiria ainda mais a participação do empresário francês.

Além disso, Allard alega que tentaram forçá-lo a assinar um documento em que abriria mão de seus direitos autorais sobre o projeto, entregando tudo à BM Empreendimentos e, indiretamente, à CTF.

Para evitar que provas de sua autoria desapareçam com possíveis mudanças na estrutura do local, ele pediu à Justiça uma perícia técnica para registrar todos os elementos artísticos e arquitetônicos que ele diz ter criado. A juíza aceitou o pedido e deu 15 dias para as partes indicarem seus peritos. O custo do processo será pago por Allard.

A parceria entre Allard e a CTF começou em 2011, quando o francês comprou o terreno do antigo Hospital Matarazzo, perto da avenida Paulista, com o intuito de revitalizá-lo.

Em 2013, os chineses entraram no projeto, trazendo a bandeira Rosewood para o hotel de alto padrão planejado no local, e, em 2019, o negócio foi dividido em duas partes:

  • BM Empreendimentos, que cuida do hotel e está sob controle da CTF.
  • BM Varejo, voltada para o comércio, controlada por Allard.

Em 2022, a CTF passou a adquirir debêntures da BM Empreendimentos. Em 2024, os chineses solicitaram a conversão desses títulos em ações, o que aumentaria sua fatia societária e reduziria ainda mais a participação de Allard.

Para o empresário, as ações da CTF são uma tentativa de tirá-lo do controle e apagar seu papel na criação do complexo.

Para evitar que provas de sua autoria desapareçam com possíveis mudanças na estrutura do Hotel Rosewood, ele pediu à Justiça uma perícia técnica para registrar todos os elementos artísticos e arquitetônicos que ele diz ter criado. A juíza aceitou o pedido e deu 15 dias para as partes indicarem seus peritos. O custo do processo será pago por Allard.

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