Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 26/02/2025, às 09h34
Seis militares foram expulsos do Exército Brasileiro por envolvimento em uma investigação de agressão e tortura contra um soldado. O caso ocorreu em 16 de janeiro, nas dependências do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Pirassununga, interior de São Paulo.
O Exército, em nota, informou que abriu um Inquérito Policial Militar, que foi concluído e enviado à Justiça Militar da União, e que os investigados responderão como civis ao processo judicial. A Força também afirmou que os agressores foram expulsos e reforçou seu repúdio à prática de maus-tratos ou qualquer violação dos direitos fundamentais.
Todos os envolvidos serviam na mesma unidade militar até o momento da expulsão.
O episódio teve início durante a distribuição de tarefas entre os soldados. Um dos suspeitos ordenou que a vítima, juntamente com outros quatro colegas, realizasse a limpeza de um espaço onde materiais recicláveis são descartados.
No entanto, três dos soldados mais experientes teriam dado um novo direcionamento à vítima, sugerindo que ele fosse para uma câmara fria.
Já no local, a vítima, de 19 anos, foi intimidada por dois militares, que a ameaçaram com vassouras, dizendo: “Ou vai por bem ou vai por mal”. A vítima, acreditando tratar-se de um "batismo", negou a participação, o que levou os agressores a segurá-lo, agredi-lo e a tentar tirar seu uniforme.
Após conseguir escapar para outra área do quartel para realizar outras tarefas, o soldado se encontrou novamente com os mesmos seis agressores, que continuaram a intimidá-lo com ripas de palete e colher de madeira de cozinha industrial.
As agressões duraram por mais 15 minutos e deixaram hematomas em seu corpo, segundo o advogado da vítima.
O soldado foi ameaçado de sofrer novas agressões caso denunciasse. Ele foi afastado das funções para tratamento psicológico e psiquiátrico no dia 24 de janeiro, com prazo de 45 dias.
Segundo o advogado da vítima, Pablo Canhas, ele foi socorrido pela Polícia Militar após passar por um surto psicológico horas depois da agressão.
Ele foi encontrado pelos agentes em uma via, dizendo que tiraria a própria vida, segundo o registro da PM.
A vítima ficou internada por 12 horas no pronto-socorro de Pirassununga, sendo liberada após exames e tomar medicamentos.
Ele registrou boletim de ocorrência e realizou exames de corpo de delito. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou o registro da ocorrência e informou que a denúncia foi encaminhada ao Exército, que segue com as investigações.
A defesa da vitima afirmou que a expulsão dos militares do Exército não é suficiente e que medidas de prevenção devem ser adotadas para garantir que situações como essa não se repitam. Ele também ressaltou que o objetivo da defesa é garantir os direitos da vítima e buscar seu retorno ao Exército de forma segura, caso seja sua vontade.
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