Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 23/03/2025, às 11h40
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou cinco pessoas, incluindo quatro policiais civis e um empresário, por envolvimento em um esquema de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Foram movimentados mais de R$ 81 milhões em cinco anos, segundo investigações.
O esquema operava no 77º Distrito Policial (DP) da Santa Cecília, no centro de São Paulo, e foi responsável por desviar grandes quantidades de drogas apreendidas para comercialização.
De acordo com as investigações, o líder do esquema era Cleber Rodrigues Gimenez, de 47 anos. Ele era o chefe de investigações do 77º DP.
Ele atuava com Fabrício Parise Branco, Gustavo Cardoso de Souza e Thiago Gonçalves de Oliveira, policiais civis que colaboravam com Gimenez, e com Maxwel Pereira da Silva, empresário e sócio de Gimenez, responsável por ocultar o dinheiro do crime em imóveis e carros de luxo.
Com exceção de Gustavo Cardoso, que segue foragido, os suspeitos estão detidos.
A quadrilha desviava drogas apreendidas em investigações de tráfico e as vendia a outros criminosos. A principal área de atuação foi o 77º DP, onde Gimenez estava no comando desde 2018.
Segundo os promotores, o aumento nas apreensões de drogas na região foi resultado de um esquema orquestrado para aumentar a quantidade de entorpecentes apreendidos e, em seguida, desviá-los para o mercado ilegal.
Os suspeitos compravam imóveis e carros de luxo pela empresa de Maxwell e de uma concessionária de carros, cuja qual era registrada no nome da esposa de Gimenez e um sócio.
As investigações, conduzidas pela Corregedoria da Polícia Civil desde julho de 2022, culminaram em busca e apreensões em dezembro de 2024 e janeiro deste ano.
Durante a operação, o empresário Maxwel Pereira foi preso em um imóvel no interior de São Paulo, onde foram encontrados mais de R$ 2,8 milhões em dinheiro, além de drogas, carros de luxo e armas.
Além dos cinco denunciados, a Corregedoria apura a possível participação de outros membros da Polícia Civil, incluindo uma delegada do 77º DP. Ela é acusada de negligência e possível conivência com os policiais corruptos, tendo sido vista usando veículos apreendidos, incluindo um Dodge Ram, no qual foram encontradas drogas e dinheiro.
A defesa de Cleber Gimenez refutou as acusações, alegando que ele foi surpreendido pela denúncia e que, após cinco anos de investigação, nada foi provado. O caso ainda será analisado no processo judicial, onde a sua defesa acredita que a inocência de Gimenez será provada.
Por sua vez, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que afastou cinco policiais envolvidos nas investigações e que seguirá com as apurações para esclarecer os fatos e apurar o envolvimento de outros policiais.
A Corregedoria da Polícia Civil continua investigando o esquemaesquema de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e apurando novas evidências sobre a participação de outros policiais. A SSP reforça que casos de desvios de conduta são tratados com rigor e que os responsáveis serão punidos conforme a lei.
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