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Reconstituição do caso Vitória: veja como a polícia vai recriar o crime em Cajamar

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Maicol Santos, preso desde março, não participará da reconstituição e a polícia segue apurando novos detalhes do crime  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Redes sociais
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 23/04/2025, às 08h59



A reconstituição do assassinato de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, será realizada nesta quinta-feira (24) em Cajamar, na Grande São Paulo. No entanto, o suspeito, Maicol Santos, de 26 anos, não participará do ato. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, na última terça-feira (22).

A reconstituição visa simular as circunstâncias do crime ocorrido na madrugada de 27 de fevereiro, quando Vitória foi brutalmente assassinada após sair do shopping onde trabalhava.

Vitória foi abordada por Maicol enquanto caminhava para casa, após descer em um ponto de ônibus perto de sua residência. O corpo da jovem foi encontrado em 5 de março, em uma área de mata fechada em Cajamar. Vitória estava nua e com cortes pelo corpo, o que indicava uma morte violenta. A perícia confirmou que a adolescente foi esfaqueada no rosto, pescoço e tórax.

Maicol Santos, morador do mesmo bairro de Vitória, foi preso no dia 8 de março, após ser identificado como o principal suspeito. Ele confessou o crime em um depoimento gravado pelos policiais na delegacia.

Foi relatado que, após uma discussão com Vitória, ele a matou com uma faca que mantinha em seu carro. Alega ainda que o motivo do assassinato foi uma ameaça feita por Vitória de contar à sua esposa sobre o relacionamento extraconjugal que ele teria com a adolescente.

No entanto, a defesa de Maicol nega que ele tenha cometido o crime e afirma que o depoimento não deve ser considerado válido, que o suspeito foi coagido durante o interrogatório e que, sem a presença de sua defesa no momento da confissão, as informações obtidas não são legais.

A defesa também gravou um áudio no qual Maicol afirma ter sido ameaçado por policiais para confessar o crime. Essa gravação será utilizada para tentar anular a confissão feita pelo suspeito, conforme a estratégia de defesa.

Apesar da confissão, a investigação ainda está em andamento. Na semana passada, laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que o sangue encontrado no carro e na casa de Maicol era de Vitória. Esse fato reforçou a tese da polícia de que Maicol estava diretamente envolvido no assassinato.

A Polícia Civil também está analisando as imagens das câmeras de segurança, que registraram os últimos momentos de Vitória viva, quando ela caminhava sozinha em direção ao ponto de ônibus. Essas imagens serão cruciais para a reconstituição do crime.

Para a reconstituição, de acordo com a apuração do G1, a perícia utilizará tecnologia de ponta, como drones e scanners 3D, para criar uma simulação detalhada da cena do crime. Esses equipamentos já foram usados anteriormente para a produção de laudos sobre o local do assassinato.

O objetivo da reconstituição é entender melhor os detalhes do crime, conforme os relatos de Maicol e as evidências coletadas, além de confirmar as alegações feitas pelo suspeito.

Maicol continua preso de forma temporária, mas após a reconstituição, a Polícia Civil deverá solicitar à Justiça a conversão de sua prisão temporária em preventiva, o que significaria que ele ficaria detido por tempo indeterminado até o julgamento do caso.

A investigação também continua para averiguar se outras pessoas estiveram envolvidas ou auxiliaram Maicol na execução do crime. Embora a polícia tenha afirmado anteriormente que Maicol era o único suspeito identificado, ainda não foi descartada a possibilidade de participação de outros indivíduos.

De acordo com as autoridades, Maicol agia de forma obsessiva, o que levou a polícia a classificar seu comportamento como o de um "stalker". O que pode ser um indicativo de que o crime não foi apenas um ato impulsivo, mas sim o desfecho de uma perseguição obsessiva pela vítima.

A defesa de Maicol insiste que ele é inocente, e que a confissão foi forçada. Após a reconstituição, novos passos serão dados para esclarecer todos os detalhes do crime e garantir que o culpado seja responsabilizado pela morte de Vitória.

Classificação Indicativa: Livre

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