Política

Falta ponto, calçada e até luz: os dados alarmantes sobre a infraestrutura em SP

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Estudo aponta mais de 80% das casas estão distantes de pontos de transporte público; mais de 120 mil residências carecem de iluminação pública  |   BNews SP - Divulgação Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas
Fernanda Decaris

por Fernanda Decaris

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Publicado em 22/04/2025, às 14h35



Os pontos de transporte público ficam distantes de mais de 80% dos moradores da cidade de São Paulo, segundo o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na última quinta-feira (17).

De acordo com dados coletados em 2022, são 3.570.435 de domicílios sem ponto de ônibus ou van, o que representa 83,5% do total. No estado de São Paulo, esse número chega a 87,44%.

O instituto também revelou que mais de 120 mil casas não possuem iluminação pública, além de que 64,55% das casas estão com obstáculo na calçada e 72,2% delas não têm rampa para cadeirantes.

Em 384.322 domicílios, ou 8,99%, não há nem calçada ou passeio para pedestres. A falta de árvores no entorno também atinge ainda mais domicílios — são 1.367.718, ou 31,99%.

Além da cidade de São Paulo, o censo também divulgou dados sobre transporte público em âmbito nacional. Foi identificado que apenas 8,8% da população tem acesso a alguma parada de ônibus ou mesmo de van no endereço onde habita.

A disparidade entre as regiões é clara. No Nordeste, Centro-Oeste e Norte, concentra-se a maior parte dos municípios com pouca ou nenhuma sinalização de pontos de ônibus, ou vans. A média de residências com essa sinalização nas diferentes regiões é:

  • Norte: 4,8%
  • Nordeste: 4,8%
  • Sudeste: 11,8%
  • Sul: 12,7%
  • Centro-Oeste: 5,4%

O Rio Grande do Sul lidera o ranking com 14,5% dos moradores que tem um ponto de transporte coletivo em suas ruas. Logo atrás estão Santa Catarina, com 11,9%, e São Paulo, com 11,8%.

Por outro lado, Tocantins ocupa o último lugar, com apenas 1,6% de seus habitantes em ruas com algum ponto de parada, seguido por Amapá, com 2,4%, e Mato Grosso, com 3,1%.

O estudo do IBGE destaca que, de acordo com especialistas, o ideal é que os pontos de ônibus estejam a uma distância de 300 a 500 metros das residências em áreas urbanas. Isso implica que, mesmo em condições ideais, não seria viável haver pontos de transporte coletivo em todas as ruas.

Classificação Indicativa: Livre

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