Polícia
Publicado em 25/03/2025, às 08h21 Foto: Reprodução/Redes sociais Isabela Fernandes
Maicol Sales dos Santos, de 26 anos, preso sob acusação de matar Vitória Regina de Souza, recentemente teve sua confissão gravada pela Polícia Civil, na qual admitiu ter cometido o crime a facadas. No entanto, dois dias após esse depoimento, uma gravação produzida pelos advogados de Maicol surgiu.
No áudio, Maicol afirma ter sido coagido por um delegado a confessar o homicídio de Vitória, em Cajamar, na Grande São Paulo.
A gravação, com cerca de dez minutos de duração, mostra Maicol descrevendo como foi pressionado pelos policiais durante o interrogatório. Ele afirmou que os agentes ameaçaram envolver sua família no crime, caso ele não cooperasse.
Segundo Maicol, o delegado teria dito que, se ele não confessasse, seus familiares, incluindo sua mãe e esposa, seriam implicados. Como resultado, Maicol alegou que inventou uma história para proteger seus entes queridos.
No depoimento que foi filmado pela polícia, Maicol confessou o assassinato, alegando que matou Vitória porque ela ameaçava contar à esposa dele sobre um caso extraconjugal que haviam tido no passado. Ele disse ainda que agiu sozinho no crime. No entanto, na gravação feita por seus advogados, ele reitera que a confissão foi uma tentativa de "salvar" sua família das ameaças dos policiais.
A defesa de Maicol está analisando a possibilidade de usar o áudio para pedir a anulação da confissão, argumentando que ela foi feita sob pressão e sem a presença de garantias legais suficientes.
Eles também questionaram a legalidade da perícia psiquiátrica solicitada pela polícia, que foi agendada sem ordem judicial. Para os advogados, essa medida visa validar a confissão obtida de maneira coercitiva.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que o depoimento de Maicol foi legal e que a confissão foi gravada com a presença de uma advogada, conforme a legislação exige. No entanto, a defesa de Maicol continua a afirmar que a confissão foi forçada e que as condições em que ela foi obtida devem ser revistas.
O caso segue em investigação, com a defesa buscando reverter a confissão feita sob alegada coação, enquanto a polícia mantém que os procedimentos foram conduzidos dentro da legalidade. A decisão sobre a perícia psiquiátrica e o impacto das alegações de coação ainda devem ser analisadas pela Justiça.
Vitória foi vista pela última vez no dia 26 de fevereiro, quando saiu do trabalho e pegou um ônibus em direção à sua casa. Durante o trajeto, ela enviou mensagens a uma amiga, dizendo estar com medo de dois homens que a assediaram e outros dois que entraram com ela no ônibus. Ela desceu sozinha no ponto final e desapareceu.
Uma semana depois, no dia 5 de março, o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata perto de sua casa. O estado do corpo estava em decomposição avançado.
XP é uma pirâmide? Entenda polêmica que viralizou nas redes sociais
Caso Vitória: polícia divulga vídeos do interrogatório de Maicol, que confessou o assassinato da jovem