Política
Publicado em 21/03/2025, às 10h26 Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil Isabela Fernandes
A greve dos ferroviários de São Paulo começa na meia-noite de quarta-feira, 26 de março, em protesto contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. O movimento, decidido em assembleia na última quinta-feira (20), busca barrar o leilão dessas linhas, que está marcado para a próxima semana, com investimentos previstos de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos.
A paralisação é uma tentativa de proteger o serviço público de transporte e evitar demissões entre os trabalhadores.
O principal objetivo da greve é pressionar o governo de São Paulo a cancelar a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que devem ser leiloadas na próxima semana.
O sindicato dos ferroviários considera a medida prejudicial aos trabalhadores e usuários do sistema, temendo o aumento das tarifas e a possível piora na qualidade do serviço.
As linhas da CPTM que serão impactadas pela greve são:
Os ferroviários avisaram que, se houver demissões devido à greve, ela será mantida sem previsão de término. O movimento só será encerrado se o leilão for cancelado, com uma garantia formal do governo de São Paulo.
Além da paralisação, os ferroviários planejam criar uma comissão de negociação e realizar um ato público no dia 25 de março, às 9h, em frente à Bolsa de Valores (B3), para pressionar o governo a suspender o leilão. Eles também destacam que não vão desistir do movimento sem a garantia de que a privatização será cancelada.
O governo de São Paulo propõe investimentos para ampliar e modernizar as linhas que serão privatizadas. O plano inclui a construção de novas estações e reformas em outras já existentes. As passagens em nível serão eliminadas e substituídas por passarelas e viadutos para aumentar a segurança, além da melhoria na frequência dos trens.
O governo estadual planeja ampliar as linhas:
Apesar dos planos do governo, os trabalhadores temem que a privatização das linhas traga mais problemas do que benefícios. As linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, já sob gestão privada, foram alvo de investigações por falhas e acidentes frequentes, o que aumenta a resistência contra a privatização das novas linhas.
As linhas 11, 12 e 13 atendem a mais de 4,6 milhões de pessoas, incluindo moradores da zona leste de São Paulo e cidades vizinhas como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.
A greve dos ferroviários busca garantir que o transporte público continue acessível e de qualidade para os milhões de passageiros que dependem dessas linhas.
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