‘Bombadeira’ Skalet: quem é a suspeita de matar trans e travestis em cirurgias plásticas clandestinas em SP

Na última quinta-feira (20), a travesti Skalet foi presa em São Paulo por estar envolvida na morte de Cristiane Andrea da Silva, de 39 anos, que faleceu após realizar um cirurgia estética clandestina com Skalet em outubro de 2024, em Ponta Grossa Paraná.

Skalet é suspeita de realizar  procedimentos estéticos clandestinos em pessoas trans e travestis, utilizando silicone industrial e outras substâncias perigosas para modificar corpos.

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De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), ela realizava essas intervenções sem qualquer qualificação médica, sendo conhecida como "bombadeira", termo que se refere a pessoas que praticam esses procedimentos de forma ilegal, colocando em risco a saúde dos clientes. A Polícia aponta que Skalet viajava para diversas cidades do Brasil para realizar esses procedimentos.

A primeira vítima conhecida de Skalet foi registrada em 2019, na cidade de Marília (SP), mas o caso de Cristiane, em 2024, foi o que motivou a prisão da suspeita. 

Cristiane havia pago R$ 1,5 mil para a aplicação de silicone industrial em seu corpo, e, após complicações no procedimento, ela veio a falecer. Ela foi socorrida pelo marido e levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos. Skalet fugiu da cena do crime.

O delegado responsável pelo caso, Luis Gustavo Timossi, relatou que o ambiente onde a cirurgia foi realizada era completamente insalubre e inadequado para esse tipo de procedimento.

A substância utilizada por Skalet, o silicone industrial, é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fins estéticos. Esse tipo de silicone pode causar dor intensa, dificuldades para se mover, infecções, deformações no corpo e pode levar à morte. 

Skalet foi indiciada por homicídio e por exercício ilegal da medicina, crimes que, conforme o Código Penal, podem resultar em penas de até 22 anos de prisão. Além disso, a acusada pode ser multada por praticar medicina ilegalmente e obter lucro.