Polícia

Polícia volta atrás sobre Caso Vitória e descarta decapitação e tortura; entenda a nova versão

Foto: Reprodução
Assassino de Vitória confessou o crime na última segunda-feira (17)  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução
Gabriella Franco

por Gabriella Franco

Publicado em 18/03/2025, às 16h25



A Polícia acredita que Vitória Regina de Souza — encontrada morta no dia 5 de março em Cajamar, na Grande São Paulo — não sofreu tortura e decapitação, nem antes nem depois de morrer.

A informação foi confirmada pelo BNews São Paulo nesta terça-feira (18), durante coletiva de imprensa realizada no Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), em São Paulo, com os delegados Luiz Carlos do Carmo, diretor do Demacro, e Fábio Cenachi, de Cajamar. 

Segundo eles, a conclusão da Polícia é de que Vitória foi morta no dia de seu desaparecimento, a facadas, por Maicol Sales dos Santos, preso desde o dia 8 de março.

"Dinâmica" do crime

Na última segunda-feira (17), durante interrogatório, Maicol, 26 anos, confessou ter agido sozinho para matar a jovem, motivado por uma obsessão que nutria por ela. 

O criminoso afirmou que, em 26 de fevereiro, dia do desaparecimento de Vitória, teria seguido e abordado a jovem no ponto de ônibus próximo a sua casa. Forçada, a vítima entrou no carro de Maicol.

Mais tarde, dentro do veículo, ela teria reagido à alguma tentativa do criminoso, e, nesse momento, foi esfaqueada no tórax, pescoço e rosto. A morte foi causada por uma hemorragia traumática decorrente das perfurações.

Descarte do corpo

A Polícia acredita que Maicol teria ido pra casa com o corpo de Vitória no porta-malas, devido à perícia feita no veículo. Algumas horas depois, deixou o corpo na área de mata onde foi encontrado, já sem roupas.

No entanto, nada indica que Vitória teria sofrido qualquer tipo de agressão — inclusive sexual —, além das facadas, antes de morrer. Segundo o delegado Fábio Cenachi, o estado em que o corpo foi encontrado, quase decapitado e sem cabelo, se deve ao processo natural de decomposição do corpo.

Chamado de coliquativo, o estágio de decomposição em que o corpo de Vitória foi encontrado é caracterizado pela desintegração dos tecidos moles. Assim, a impressão foi de que ela tinha sido decapitada.

No entanto, com a localização da arma usada no crime e outras provas coletadas pela Polícia, a conclusão é de que ela teria morrido imediatamente após as facadas desferidas por Maicol.

Perícia

A perícia realizada no celular de Maicol mostrou que o homem era obcecado por Vitória e a "stalkeava" desde o ano passado, tendo diversas fotos da jovem salvas em seu dispositivo. Além disso, foram encontradas fotos de outras 50 jovens com aparência similar à da vítima.

O exame criminológico de Maicol Sales dos Santos indicou que ele possui um nível de psicopatia, com perfil perseguidor.

“Na leitura da psicopatologia forense, um psicopata atua sozinho. Por ser egocentrista e controlador, ele não conseguiria ter um comparsa no crime. Fica claro para nós que ele atuou sozinho”, afirmou o delegado Cenachi.

Maicol disse à polícia que teve um caso com Vitória anteriormente, e que era apaixonado por ela. No entanto, não há provas de qualquer envolvimento entre os dois.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp