Polícia
por Marcela Guimarães
Publicado em 24/03/2025, às 14h59
Um homem de 41 anos e uma mulher de 22 foram presos por gerenciar uma casa de prostituição no Guarujá, cidade no litoral paulista.
Conforme registro no boletim de ocorrência, a dupla explorava mulheres e não proporcionava condições adequadas de higiene e alimentação no local.
A Polícia Civil foi averiguar o prostíbulo após denúncia feita por uma vítima de 27 anos na última segunda-feira (17); no depoimento, a mulher relatou que havia sido contratada no início do mês para trabalhar no estabelecimento, este localizado no bairro Vila Santo Antônio.
A investigação apontou que o homem de 41 anos exercia a função de ‘cafetão’, enquanto a mulher de 22 era responsável pela administração do local.
A vítima de 27 anos afirmou que a administração do local não fornecia alimentação adequada nem itens básicos de higiene, como papel higiênico.
Ela mencionou que o banheiro estava em condições precárias, o que a obrigava, em algumas ocasiões, a realizar suas necessidades fisiológicas em sacolas.
Em depoimento, a mulher também acusou o ‘cafetão’ de impedir que as garotas saíssem da casa, impondo multas que variavam entre R$ 200 e R$ 500 caso a regra fosse descumprida.
Além da precariedade, todas eram obrigadas a trabalhar até mesmo quando estavam menstruadas; caso se recusassem a prestar o serviço, uma multa de R$ 500 seria aplicada, que também servia para quando deixavam os quartos ao serem agredidas por clientes.
Todas as ‘funcionárias’ eram forçadas a trabalhar desde o momento em que acordavam até o horário de descanso, das 10h às 4h, sendo obrigadas a circular nuas pelo estabelecimento com o objetivo de “atrair mais clientes”.
Segundo ela, o ‘cafetão’ oferecia um pagamento de R$ 6 mil para quem alcançasse a meta de 90 atendimentos no período de 15 dias. Caso contrário, o salário caía para R$ 3 mil e elas ainda precisavam doar um pagamento de três dias ao local.
Após receberem as denúncias, os policiais da delegacia de Guarujá foram encaminhados à casa de prostituição; lá, encontraram outras mulheres que confirmaram estar prestando os serviços sexuais.
Durante a abordagem, os agentes apreenderam diversos itens que evidenciaram a exploração sexual, incluindo um caderno com registros de programas e pagamentos, uma caixa com preservativos, lubrificantes, máquinas de cartão de crédito e uma placa com o nome de um site onde as mulheres eram divulgadas.
Além disso, foi constatada uma ligação ilegal de energia elétrica — popularmente conhecida como “gato” —, caracterizando o crime de furto de energia.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil de Guarujá investiga o caso registrado como furto, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável e rufianismo [crime previsto no artigo 230 do Código Penal que trata de exploração sexual].
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