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Jovem condenada por desvio na USP volta aos holofotes com decisão surpreendente

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A defesa de Alicia Dudy Muller Veiga alega que ‘ela tem direito ao esquecimento’; estelionatária está em regime semiaberto  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/Institucional/Poliedro
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 03/02/2025, às 17h48



Condenada oito vezes por estelionato após desviar quase R$ 1 milhão destinado à sua festa de formatura, Alicia Dudy Muller Veiga, do curso de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), conseguiu o seu registro de médica. A inscrição da jovem está ativa e regular desde 26 de dezembro de 2024, cinco meses depois da sentença, segundo o site do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Alice, que ainda está sem especialidade registrada na profissão, foi condenada a cinco anos de reclusão em regime semiaberto pela Justiça de São Paulo.

Situação do registro de médica de Alicia é regular
Situação do registro de Alicia é regular (Foto: Reprodução/CFM)

Entenda o caso de Alicia Dudy Muller Veiga e o desvio de R$ 1 milhão na formatura da USP

O escândalo veio à tona em janeiro de 2023, quando a própria Alicia esclareceu em um grupo de WhatsApp que havia investido parte da verba destinada à festa em uma corretora, a qual lhe teria dado um golpe – versão que não se sustentou ao longo do tempo.

Na sentença, o juiz Paulo Eduardo Balbone Costa, da 7ª Vara Criminal da Capital, alegou que “a ré se prevaleceu de sua condição de presidente da comissão de formatura para engendrar um plano destinado a se apossar do produto arrecadado ao longo de meses, com a contribuição de dezenas de colegas, a fim de obter lucro para si com a aplicação especulativa daquele capital”.

O magistrado ainda ressaltou que Alicia “traiu a confiança de seus pares, desviando recursos que pertenciam aos colegas de turma (o que revela maior opróbrio do que a prática de estelionato contra vítima a quem não se conhece), quando as vítimas não atuavam movidas pela própria cupidez”. 

Já a defesa de Alicia registrou em nota que “ela tem direito ao esquecimento e não deve ser submetida a um linchamento público contínuo. O princípio do direito ao esquecimento visa garantir que pessoas que já cumpriram ou estão cumprindo suas obrigações legais não sejam eternamente prejudicadas por fatos passados”. A jovem finalizou sua graduação após destrancar o curso em 2023.

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