Política

Defesa Civil de São Paulo testa drone para o combate à dengue; descubra como funciona

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Usado em pulverização agrícola, o drone pode auxiliar no combate à dengue em áreas rurais  |   BNews SP - Divulgação Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Gabriella Franco

por Gabriella Franco

Publicado em 15/03/2025, às 08h00



A Defesa Civil de São Paulo testou, pela primeira vez, em Mairiporã (SP), um drone de grande porte que pulveriza larvicidas, usados no combate à dengue. Os larvicidas são venenos que impedem que as larvas do mosquito da dengue se desenvolvam em insetos adultos. 

De acordo com a Agência Brasil, o modelo de drone testado foi um Agras MG1P, geralmente usado para a pulverização agrícola. A Defesa Civil pulverizou áreas que não seguiam o padrão recomendado por agentes de saúde, como piscinas sujas, locais de acúmulo de lixo e caixas d'água abertas.

Como funciona o drone

O drone escolhido tem autonomia de voo de 15 e 20 minutos, por bateria, podendo chegar a 50 metros de altura e voar a até um quilômetro do operador. Além disso, carrega até 10 litros de larvicida.

O equipamento foi cedido pelo Núcleo de Tecnologia da Casa Militar, a pedidos de agentes de saúde.

A justificativa foi a dificuldade de contato com alguns moradores do município. Nessas residências, foi feita uma primeira verificação com drones de observação. Em seguida, o drone foi acionado para pulverização nos imóveis.

Segundo Maxwell de Souza, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo, apesar de ter baixa incidência da doença (15,9/100 mil habitantes), o município de Mairiporã tem imóveis de veraneio em áreas rurais, com terrenos grandes e dificuldade de acesso pelas equipes de saúde.

Resultados positivos

Embora o resultado tenha sido positivo, as equipes estudam o uso de drones menores, mais acessíveis às prefeituras, para aplicação de larvicidas em pastilhas. De acordo com Souza, o governo estadual procura parceiros em órgãos públicos e privados para os testes, que podem servir de base para editais futuros.

No entanto, segundo ele, ainda que a estratégia permita acesso a áreas difíceis, a melhor estratégia contra a dengue continua sendo a prevenção feita pela população.

Até 75% dos criadouros do mosquito ficam dentro das casas, em áreas acessíveis somente para moradores, como caixas d'água, ralos e calhas mal vedados ou com acúmulo de resíduos, lixo acumulado em pequenos pedaços de plástico, como brinquedos ou vasilhames.

Além dos cuidados com a limpeza, é importante que a população informe sobre focos do mosquito, por meio do serviço estadual Dengue 100 ou de telefones municipais, como o 153, 156 ou 199.

Medidas preventivas como limpeza com cloro e uso de areia em pratos de vasos também podem ter impacto positivo no combate à dengue.

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