Política
por Isabela Fernandes
Publicado em 12/03/2025, às 15h19
Foi protocolado na Câmara Municipal de Sumaré, no interior de São Paulo, o projeto de lei “Eduardo Brazilino Queiroz”, em homenagem ao jovem de 13 anos que faleceu em maio de 2024 vítima da febre maculosa, uma doença rara e perigosa transmitida por carrapatos.
A proposta visa melhorar o diagnóstico, tratamento e conscientização sobre a doença, que muitas vezes é confundida com a dengue, uma doença viral comum no Brasil.
A história de Eduardo começou quando ele apresentou os primeiros sintomas em 8 de maio de 2024, que incluíam dores no corpo e febre. Inicialmente, ele foi diagnosticado com dengue, sem a realização de testes confirmatórios.
Ao longo dos dias, os sintomas pioraram, e o jovem foi atendido diversas vezes em unidades de saúde, onde os médicos mantiveram o diagnóstico de dengue, apesar de Ianca, sua mãe, levantar a possibilidade de febre maculosa, já que Eduardo tinha sido exposto a carrapatos em atividades ao ar livre.
Eduardo morreu no dia 15 de maio, após sete dias de luta contra a doença. Apenas após sua morte, foi descoberto que o adolescente estava infectado pela febre maculosa, e o diagnóstico de dengue, inclusive constatado em sua certidão de óbito, era errado.
Ianca, então, decidiu lutar para que outros não passassem pela mesma tragédia e apresentou a proposta de um projeto de lei, com o apoio de amigos e da comunidade.
O projeto tem como objetivo estabelecer protocolos mais eficazes para a identificação da febre maculosa, incluindo a realização de exames específicos, como hemogramas completos e testes laboratoriais para detectar a bactéria causadora da doença.
A proposta também sugere que os profissionais de saúde façam triagens detalhadas, considerando o histórico de exposição a áreas com carrapatos, como matas e fazendas.
Ianca, que busca justiça para o filho, acredita que sua morte não pode ser em vão e que Eduardo agora pode ser um símbolo para a luta contra a falta de conhecimento sobre a doença. Ela espera que a aprovação dessa lei possa evitar novos erros médicos e garantir que mais pessoas recebam o tratamento correto no momento certo.
A lei também inclui medidas educativas para a população, alertando sobre a importância de buscar ajuda médica de forma rápida e de se conscientizar sobre os sintomas da febre maculosa.
O projeto de lei ainda está em processo de análise pelas comissões da Câmara Municipal de Sumaré e pode passar por algumas modificações antes de ser finalmente votado.
Além de atuar na criação dessa legislação, Ianca tem buscado por justiça em relação ao atendimento médico recebido pelo filho, que foi negligenciado durante o período em que ele foi tratado sem os devidos exames.
Ela registrou denúncias no Ministério Público de São Paulo e no Conselho Regional de Medicina (CREMESP), e continua acompanhando de perto as investigações.
Com a morte de Eduardo, a família enfrenta uma dor imensa, mas Ianca não quer que a perda de seu filho seja esquecida. Ela espera que a aprovação desse projeto de lei ajude a salvar vidas e ofereça um exemplo de como a falta de conscientização e cuidado médico pode resultar em tragédias evitáveis.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:
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