Política

Greve da CPTM é suspensa: entenda o motivo da decisão

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Ferroviários cancelam paralisação temporariamente, enquanto negociações sobre privatização seguem abertas  |   BNews SP - Divulgação Foto: Divulgação/CPTM
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 26/03/2025, às 08h08



Na noite da última terça-feira (25), a greve prevista para começar à meia-noite desta quarta-feira (26) foi cancelada durante assembleia realizada pelos ferroviários das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitano (CPTM). A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB), em São Paulo

A votação contou com 23 votos contrários à greve, 20 a favor e 4 abstenções. A greve havia sido proposta em razão da privatização das três linhas de trem e, embora a decisão tenha gerado tensões, foi aceita uma proposta de "cláusula de paz" apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).

Essa cláusula suspende a greve até a próxima sexta-feira (28), data prevista para o leilão das linhas na Bolsa de Valores (B3). Durante esse período, os ferroviários poderão organizar manifestações e realizar assembleias nas estações para alertar a população sobre as implicações da privatização para seus empregos.

A CPTM já anunciou que os serviços funcionarão normalmente na quarta-feira.

Antes da assembleia, a categoria havia participado de uma audiência de conciliação no TRT-2, onde a "cláusula de paz" foi discutida. A proposta estabelece que, entre quarta e sexta-feira, os trabalhadores deverão comparecer ao trabalho normalmente, enquanto a CPTM se compromete a reforçar a operação das linhas e disponibilizar trabalhadores administrativos para apoiar as estações.

Com a conversão do processo em dissídio coletivo, a empresa terá 24 horas para apresentar alterações na petição inicial, e o sindicato terá 48 horas para responder com suas reivindicações.

O desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto, que mediou o processo, reiterou que o direito à greve é garantido pela Constituição, mas deve ser exercido dentro dos limites legal.

Apesar da decisão de não realizar a greve, ferroviários favoráveis à paralisação consideram que o processo de votação violou o estatuto do sindicato por não ter reunido o mínimo de 2% dos sindicalizados.

Um abaixo-assinado será feito para contestar a assembleia e, caso obtenha 300 assinaturas, será convocada uma nova reunião, que pode resultar em uma greve da CPTM a partir da meia-noite de sexta-feira (28).

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