Política
por Gabriella Franco
Publicado em 04/02/2025, às 17h04
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira (3) que o governo avalia pagar indenização para que moradores do Jardim Pantanal deixem o local, alagado há quatro dias por conta das chuvas fortes na capital no último final de semana.
Segundo ele, a prefeitura estuda oferecer uma ajuda financeira de R$ 20 mil a R$ 50 mil para cada família afetada. A ideia é demolir as construções no local, que sofre com enchentes há mais de 30 anos.
Por estar às margens do Rio Tietê, a área é uma várzea – terreno plano e sujeito a alagamentos. Hoje, cerca de 45 mil pessoas vivem nos nove bairros que compõem a região, parte do distrito do Jardim Helena.
De acordo com Nunes, a prefeitura estuda outros projetos, como a construção de um dique em toda a área do Jardim Pantanal, que custaria R$ 1 bilhão. A solução de macrodrenagem incluiria também sete reservatórios e um canal para desviar a água da chuva. Nunes afirma, no entanto, que a ideia “vai contra a força da natureza” e que não vê outra solução para o local sem ser a remoção das famílias.
Existe ainda o projeto de construção de um pôlder, prometido em 2023 pela gestão municipal de Nunes como uma forma de conter as enchentes na área. O pôlder seria uma porção de terrenos mais baixos construídos para impedir que a água invadisse a área habitada. Até o momento, o projeto não foi entregue.
A Prefeitura de São Paulo informou na manhã desta terça-feira (4) que três projetos de intervenção na região do Jardim Pantanal foram enviados à gestão. Eles aguardam, agora, a análise do prefeito Ricardo Nunes.
Os orçamentos dos projetos variam entre um e dois bilhões de reais. A remoção das famílias é a alternativa mais cara, com custo de R$ 1,92 bilhão, segundo estudos da prefeitura.
Em agenda pública hoje (4), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, porém, que todas as propostas apresentam falhas. Segundo ele, o problema demanda mais do que uma “resposta simplista” que “não vai resolver a vida de ninguém.”
A indignação da população levou a protestos no fim da tarde de ontem (3). Moradores fecharam a pista sentido interior na Rodovia Ayrton Senna, mas foram dispersados pela Polícia Militar, que usou bombas de gás para liberar a via.
Mais tarde, o grupo se reuniu na Avenida Doutor José Artur da Nova, na altura da Rua Beira-Rio, e ateou fogo em objetos no meio da via. O protesto também foi acompanhado pela PM.
Desde sábado (1º), equipes da Prefeitura distribuem água, refeições, colchões, produtos de higiene e cestas básicas. Foram disponibilizados, também, cartões emergenciais no valor de R$ 1 mil.
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