Política
por Camila Lutfi
Publicado em 04/02/2025, às 17h45
A tuneladora, ou tatuzão, como é popularmente conhecida a máquina que escava túneis para a construção de linhas de metrô, chegou nesta terça-feira (4) à futura Estação Brasilândia, a última do trecho norte das obras da Linha 6-Laranja. A obra de parceria entre o governo do estado de São Paulo e a Concessionária Linha Universidade (CLU), prevê investimento total de R$ 17 bilhões.
Agora, a máquina será desmontada e recolhida, visto que a estação Brasilândia foi a última parede a ser rompida entre o trajeto norte, que começa pela Freguesia do Ó. As escavações foram iniciadas em novembro de 2022, com o tatuzão norte perfurando de 4 a 6 metros por dia de trabalho, a depender das condições do solo.
Outra tuneladora segue com a escavação no sentido sul. Esse tatuzão começou em dezembro de 2021, em direção à região central de São Paulo. O equipamento fará a perfuração do solo que deve contemplar 10 estações, entre Santa Marina e São Joaquim. Sua capacidade de perfuração é de aproximadamente 12 a 15 metros por dia.
As estações estão sendo construídas simultaneamente à abertura dos túneis, sendo que a Estação Perdizes está com as obras em estágio mais avançado, com 75,82% concluído, e a mais atrasada é 14 Bis-Saracura, com 14,18% já realizado, segundo a CLU.
Vale lembrar que a construção da Linha 6-Laranja conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 12,3 bilhões. Do total financiado pelo banco, R$ 6,9 bilhões foram contratados com a CLU e R$ 5,4 bilhões com o governo do estado.
A Linha 6 terá 15,3 km de via permanente, conectando Brasilândia ao centro de São Paulo, com integrações com as linhas 1 e 4 do Metrô, e linhas 7 e 8 da CPTM. Ao todo, serão 15 estações e transporte de passageiros com 22 trens, ou 132 vagões.
O início da operação parcial está previsto para 2026 e conclusão total em 2027, com uma demanda esperada de 633 mil pessoas por dia útil, segundo o Governo de São Paulo. É esperado que a nova linha diminua para 23 minutos um trajeto atualmente realizado em 1h30 pelos paulistanos.
O projeto da Linha 6-Laranja do metrô ainda vai contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa e de material particulado, tendo em vista que o metrô é um dos modos de transporte mais sustentáveis. A estimativa é de redução de mais de 200 mil toneladas de CO² por ano - para efeitos de comparação, seria necessária uma área florestal do tamanho de 33 Estádios Maracanã para neutralizar esse volume de emissões.
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