Negócios
por Camila Lutfi
Publicado em 13/04/2025, às 11h00
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem despertando alertas para as economias mundiais desde que anunciou a imposição de tarifas - o tarifaço - para seus parceiros comerciais. Ainda que o Brasil tenha saído da mira de Trump temporariamente, a briga de taxas com a China - em que foi estabelecida cobranças de 145% sobre os produtos importados - pode impactar o bolso dos brasileiros.
É importante destacar que a medida do governo dos EUA representa uma tentativa de retomar a posição que a indústria do país já teve, além de tentar combater os déficits comerciais de bens que somam cerca de US$ 1 trilhão ao ano.
Na última quinta-feira (10), Trump suspendeu por 90 dias as tarifas, com exceção da China. Caso as exportações brasileiras sejam efetivamente taxadas, será no menor valor, de 10%, mas ainda há espaço para negociações.
Entre os impactos do tarifaço para os brasileiros, é possível destacar a desvalorização do real e um provável aumento de gastos no médio prazo. Desde o anúncio, no dia 2 de abril, o real está entre as três principais moedas globais mais desvalorizadas ante o dólar, que se aproxima dos R$ 6.
No entanto, Jayme Carvalho, planejador financeiro e economista-chefe da SuperRico, explicou ao BNews São Paulo que esse movimento provavelmente não terá fortes impactos no longo prazo. Isso porque a desvalorização do real "foi muito mais por um movimento de aversão a risco do que o efeito final das tarifas", diz Carvalho.
Além disso, ele acredita que a taxa de 10% não é uma forte ameaça para o Brasil, visto que o País mantém equilíbrio de exportação e importação com os EUA. "Ela não chega a ser uma tarifa que ameaça os produtos brasileiros, até porque ele está aumentando a tarifa para todo mundo", explica.
Mesmo assim, a briga entre China e EUA pode sair caro para os brasileiros. Os produtos chineses têm chances reais de subirem de valor para os outros países na intenção de manter a dinâmica de tarifas com os EUA. Por exemplo, a taxação de 20% sobre o aço importado da China pode aumentar o valor final - ainda que pouco - que um consumidor brasileiro deve pagar em um carro.
"O Brasil, dentro dessa confusão toda, foi o menos prejudicado", tranquiliza o planejador financeiro. Ainda, ele destaca que o movimento do tarifaço pode ser positivo para o País no setor do agronegócio, em que o principal concorrente são os Estados Unidos e uma sobretaxação dos produtos americanos favoreceria a exportação agro-brasileira.
*Com informações da Agência Brasil
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