Polícia

Ambulante senegalês é morto em ação policial no Brás (SP); entenda o caso

Foto: Reprodução/Redes sociais
Ngange Mbaye, de 34 anos, foi baleado por um policial militar durante uma operação de apreensão de mercadorias no Brás  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Redes sociais
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 14/04/2025, às 13h33



Ngange Mbaye, um vendedor ambulante senegalês de 34 anos, morreu após ser baleado por um policial militar na tarde de sexta-feira (11), durante uma ação de fiscalização na região central de São Paulo. O caso aconteceu na Avenida Rangel Pestana, no bairro do Brás, conhecido por seu intenso comércio popular.

Segundo testemunhas, Ngange almoçava próximo ao local quando percebeu que uma colega ambulante, uma idosa, estava tendo suas mercadorias recolhidas por agentes da Prefeitura com apoio da Polícia Militar. Ele teria tentado intervir em defesa da mulher, iniciando uma discussão com os policiais.

Imagens registradas por moradores mostram o momento em que um policial agride Ngange com um cassetete. O ambulante, em resposta, tenta se defender com uma barra de ferro. Durante a confusão, um dos PMs saca a arma e dispara. Mesmo ferido, o senegalês ainda tentou correr e proteger os produtos da colega, mas acabou caindo pouco depois.

Ngange foi socorrido por uma equipe do Samu e levado à Santa Casa de Misericórdia, mas não resistiu aos ferimentos. Após a morte, comerciantes da região organizaram um protesto, que foi dispersado pela polícia com uso de bombas de gás de pimenta.

A Polícia Militar informou que o ambulante tentou agredir um policial com uma barra de ferro, motivo pelo qual o agente teria reagido com um disparo. A arma utilizada no tiro e a barra de ferro foram apreendidas. O caso foi registrado no 8º Distrito Policial como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio.

O policial envolvido no disparo foi afastado das atividades operacionais, e a investigação está sob responsabilidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Em nota, o Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC) manifestou solidariedade à família de Ngange e à comunidade senegalesa, pedindo que o caso seja apurado com transparência e justiça.

O senegalês Ngange Mbaye deixa sua companheira grávida de seu filho.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp