Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 14/04/2025, às 11h47
No último domingo (13), o ex-presidente Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia complexa no Hospital DF Star, em Brasília, após ser transferido de hospital em Natal (RN). O procedimento durou aproximadamente 12 horas e foi realizado para tratar complicações intestinais e reconstruir a parede abdominal, problemas que os médicos afirmam estar diretamente ligados à facada sofrida por Bolsonaro em 2018, durante a campanha eleitoral.
Segundo a equipe médica, liderada pelo médico-chefe Claudio Birolini, o histórico cirúrgico do ex-presidente tem como ponto de partida o atentado ocorrido há quase sete anos. Desde então, Bolsonaro já passou por sete cirurgias, todas relacionadas a complicações derivadas daquele episódio.
Durante a coletiva de imprensa realizada pelo Hospital DF Star, os médicos explicaram que as complicações recentes envolvem aderências, que são faixas de tecido cicatricial que se formam dentro do abdômen após cirurgias ou inflamações.
Essas aderências podem unir partes do intestino entre si ou com outros órgãos, o que prejudica o funcionamento normal do sistema digestivo.
Esse tipo de complicação é comum em pacientes que passam por múltiplas cirurgias abdominais. No caso de Bolsonaro, essas aderências vêm se acumulando ao longo dos anos, o que levou à necessidade da nova intervenção.
Apesar do sucesso da cirurgia, os médicos alertam que o problema ainda não está totalmente resolvido. O cirurgião Macedo afirmou que o período pós-operatório será monitorado com cuidado, já que novas aderências podem surgir nas próximas semanas ou meses.
“O objetivo dessa cirurgia foi reverter todos esses fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência de um quadro assim.”, explicou o médico.
O cardiologista Leandro Echenique, que também acompanha o caso, reforçou a complexidade do procedimento. “Tinha muita aderência, mas o resultado foi excelente”, garantiu. Segundo ele, Bolsonaro está acordado, consciente e em estado estável.
A equipe médica ressaltou que o quadro do ex-presidente requer avaliações contínuas. Caso voltem a surgir as chamadas “aderências bridas” — um tipo de aderência mais grave —, novas cirurgias podem ser necessárias.
Embora Bolsonaro tenha apresentado boa resposta inicial ao procedimento, os médicos deixaram claro que a recuperação é lenta.
O atentado aconteceu em setembro de 2018, quando Bolsonaro participava de um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo, que foi posteriormente considerado inimputável pela Justiça por apresentar transtornos mentais. A Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho, mas Bolsonaro ainda questiona a conclusão das investigações.
Na época, Bolsonaro foi atendido inicialmente em Juiz de Fora e, depois, transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por outra cirurgia. As lesões atingiram o intestino delgado e grosso, o que causou danos significativos à estrutura abdominal.
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