Polícia

Como funciona o "tribunal do crime" do PCC em São Paulo

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Condenações em Presidente Prudente revelam atuação do "tribunal do crime" do PCC em execuções ligadas à facção no interior de São Paulo e no Paraná  |   BNews SP - Divulgação Foto: Alex Fernandes/Governo do Estado
Fernanda Decaris

por Fernanda Decaris

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Publicado em 22/04/2025, às 15h14



Três homens foram condenados à prisão em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa. A motivação teria sido o “tribunal do crime” do PCC.

A sentença foi proferida em 12 de fevereiro, mas o caso só foi divulgado nesta semana. O homicídio teria acontecido em janeiro de 2023 no município de Sandovalina, distante cerca de 40 km de Pirapozinho.

Uma denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) ao Tribunal de Justiça do estado (TJSP) identificou a participação dos réus no crime.

Sobre o crime

O corpo de um homem de 34 anos, natural do Guarujá, foi encontrado enterrado em uma propriedade rural da cidade. O corpo tinha mais de 20 perfurações de faca e de arma de fogo.

De acordo com a investigação, a vítima já foi moradora da cidade Fernandópolis, também no interior de São Paulo, e estava morando em no município de Paranacity, no Paraná.

Em 2023, a polícia apurou que o mesmo trio matou outro homem em Paranacity. A suspeita é de que as mortes ocorreram em um julgamento do “tribunal do crime” do PCC.

Como funciona o tribunal do crime do PCC: 

Investigações judiciais revelam que o PCC mantém uma estrutura interna de julgamentos, conhecida como “tribunal do crime”, para aplicar punições a membros que desrespeitam suas normas.

Esse sistema tem diferentes níveis de hierarquia. Na base está a “disciplina”, formada por membros que atuam nas comunidades. Acima dela estão a “sintonia geral” e, no topo, a “sintonia fina geral”.

Os julgamentos seguem um ritual semelhante ao da Justiça formal: os acusados são avisados com antecedência, têm direito à defesa e podem apresentar testemunhas.

As punições variam conforme a infração, podendo ir desde advertências até a execução, nos casos mais extremos, como traição ou homicídios cometidos sem autorização do PCC

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