Política
Publicado em 29/04/2025, às 17h00 - Atualizado às 18h03 Redação BNews São Paulo
A cidade de São Paulo ultrapassou a marca de 96 mil pessoas em situação de rua, conforme apontam dados recentes do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Somente no primeiro trimestre de 2025, quase 3 mil novos casos foram registrados, elevando o total de 93.355 em janeiro para 96.220 em março. No estado de São Paulo, os números também subiram, chegando a 143.509 pessoas vivendo nas ruas no mesmo período.
O levantamento mostra que a maioria da população em situação de rua é composta por homens (84%), e 81% vivem com até R$ 108 por mês. Além disso, mais da metade não concluiu o ensino fundamental ou não tem escolaridade formal.
Os dados, extraídos do Cadastro Único (CadÚnico), mostram que o cenário da capital paulista é de estabilidade em relação ao crescimento proporcional, embora São Paulo siga como o município com maior número absoluto de pessoas em situação de rua do país.
Especialistas apontam que o alto custo do aluguel e os salários insuficientes são fatores determinantes para o agravamento do problema. Em regiões centrais e periféricas, quartos de cortiços chegam a custar R$ 900 mensais, valor inviável para quem depende de um salário mínimo. Diante de despesas inesperadas, como remédios ou transporte, muitas pessoas acabam sendo empurradas de volta às ruas.
Diversas instituições não governamentais tentam suprir parte da demanda por acolhimento. Um exemplo é o Arsenal da Esperança, localizado na Mooca, Zona Leste de São Paulo, que atua há 29 anos e recebe apoio financeiro da Prefeitura. O local acolhe diariamente cerca de 1.200 homens, oferecendo abrigo, alimentação e auxílio com documentos e reintegração social.
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