Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 09/04/2025, às 11h40
Duas estudantes de medicina estão sendo acusadas de exporem e desrespeitar a memória da paciente, Vitória Chaves da Silva, que passou por três transplantes de coração no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, após publicarem um vídeo nas redes sociais.
A jovem Vitória faleceu em fevereiro após lutar contra uma cardiopatia congênita. A família da paciente se revoltou com o conteúdo e decidiu registrar uma queixa na delegacia e acionar o Ministério Público.
As alunas, identificadas como Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano, estavam no hospital como parte de um curso de extensão de curta duração, quando gravaram o vídeo, segundo a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Elas comentaram sobre o caso de uma paciente que recebeu três corações, fazendo observações críticas sobre a situação. No vídeo, elas mencionam que um dos transplantes da paciente teria falhado devido à falta de comprometimento dela com o tratamento com medicamentos.
Thaís fala sobre a surpresa de ver alguém passar por três transplantes e Gabrielli acrescenta que, devido ao erro da paciente, houve a rejeição do segundo coração. No final, Thaís ainda faz um comentário desdenhoso: "Essa menina está achando que tem sete vidas", se referindo à raridade dos transplantes e à complexidade dos procedimentos.
Apesar de o nome de Vitória não ser mencionado diretamente, a família reconheceu os detalhes da história e ficou indignada com a postura das estudantes. O vídeo foi removido das redes sociais, mas não antes de viralizar.
A família, então, procurou a polícia e registrou o boletim de ocorrência, além de buscar o apoio do Ministério Público para que uma retratação fosse feita.
Em resposta, o Incor declarou que não tinha conhecimento do ocorrido e repudiou a atitude das alunas, destacando que ela vai contra os princípios éticos da instituição. A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), responsável pelo hospital, também se posicionou, esclarecendo que as estudantes não são alunas, mas estavam no Incor por meio de um curso de extensão de uma instituição diferente.
O Ministério Público recebeu o caso e, por meio do 4º Promotor de Justiça de Direitos Humanos, está avaliando as denúncias. Até o momento, não houve pronunciamento oficial sobre as medidas que devem ser adotadas contra as estudantes.
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